Toda a riqueza
da história de Portugal
numa revista

No dia 9 de março passam cem anos sobre da declaração de guerra da Alemanha a Portugal. A historiadora Maria Alice Samara, do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, traça o retrato desse tempo em que o jovem regime republicano português tentava mudar o país e afirmar-se internacionalmente, das polémicas domésticas entre defensores da beligerância e da neutralidade ou dos conflitos que já decorriam em Angola e Moçambique, mesmo antes dessa entrada formal no conflito e do envio do Corpo Expedicionário Português para a Flandres.

Num momento em que o Caminho de Santiago de Compostela está na moda, atraindo entusiastas de todo o mundo e mobilizando milhares de portugueses, vamos às raízes daquela que se tornou, na Idade Média, a maior peregrinação europeia, constituindo alternativa aos lugares santos da Palestina e a Roma. Perceber como o mito do apóstolo sepultado na Galiza foi determinante para a Reconquista cristã e, até, para a afirmação de um novo reino a que se chamou Portugal, é o ponto de partida para um dossiê que cobre todo o percurso compostelano, do século IX aos nossos dias.

Remontam ao século XVI as origens de uma prática penitencial que, todos os anos, durante a Quaresma, leva grupos de homens – os ranchos – a dar a pé a volta à ilha de São Miguel, nos Açores, em oração permanente e visitando todas as igrejas e capelas em que haja imagens da Virgem Maria. Um desses ranchos foi acompanhado pelo fotojornalista Rui Oliveira, cuja expressiva reportagem dá o mote para um ensaio da investigadora Carmen Ponte, cujo doutoramento versou esta secular tradição.

Galardoada com o Prémio Pessoa em 2007, Irene Flunser Pimentel é uma das mais importantes historiadoras do século XX português, em particular do período respeitante ao Estado Novo. Numa entrevista de fundo à “JN História”, fala do seu trabalho como investigadora e de vários problemas que se deparam à historiografia, mas reflete também sobre muitos temas partinentes da atualidade, do horror do Daesh e da crise dos refugiados à necessidade de lutar em permanência pela preservação da nossa democracia.